quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Negra Salsa Urbana de Willie Colón

 Por Daniel Mendes

Se o mundo hoje se acaba nos calientes passos e rebolados da delirante salsa, deve-se a William Anthony Colón. Nova-iorquino de origem porto-riquenha, nascido nos anos 50, Willie Colón, nome que adotou para sua carreira, começou muito cedo na música ainda no perigoso bairro onde cresceu o Bronx. Em 1967, aos 17 anos, entrou para o selo Fania no qual, em pouco tempo já era um de seus principais representantes.



Trombonista, cantor, autor, excelente arranjador, diretor e produtor, tendo experimentado também a trompeta e a clarineta, Colón passou a se dedicar somente ao trombone após ter descoberto e se apaixonado pela música de Mon Rivera. Muito antes dos Punks e dos rappers, ele já apresentava um comportamento provocante e falava do lado obscuro da América, desenvolvendo uma música áspera e agressiva, a base de letras fortes sobre as precárias condições de vida do gueto onde viveu. A potência de sua música direta se intensificou após sua parceria proveitosa com o músico Hector Lavoé com quem gravou 14 discos até 1974. No ano seguinte, realizou um dos seus maiores sonhos que foi gravar com o seu ídolo Mon Rivera, que foi com certeza a maior referência para o seu som.





















Rainha e Rei - Célia Cruz e Willie Colón soberanos da salsa

Outro grande parceiro em sua carreira foi o músico panamenho Ruben Bládes, parceria que gerou muitas obras essenciais que ajudaram a consolidar o gênero salsa. Sempre com os mesmos temas políticos e sociais, Colón era senhor da sua própria música e estilo, que ele mesmo batizou como salsa consciente, bastante influente no meio caribenho nos anos 60 e 70, mas que se dissolveu na década seguinte, devido a produção Hollywodiana que passou a orientar sua carreira, tornando a sua obra frágil em comparação as criações anteriores, apesar dos inegáveis êxitos de vendas alcançados. Mesmo assim, não da para falar de salsa sem falar de Willie Colón, e da marca que registrou definitivamente nesse gênero e em toda a música caribenha.

Dica: Ouça o grande disco Siembra, de 1978, principal fruto da parceira de Willie Colón com Ruben Bládes. (abaixo capa do disco e fotos de Bládes e Colón).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mambo, Simpsons & Tito Puente

 






























Por Daniel Mendes

Quando Tito Puente apareceu como personagem em um episódio do desenho animado americano Os Simpsons, poucos jovens, ou quase nenhum jovem americano, sabia quem era aquele cara engraçado. Seus avós, porém, principalmente aqueles que curtiam uma boa farra noturna, movida pelas danças latinas, sabiam muito bem de quem se tratava. Era “El rei del timbal” ou “O Rei do Mambo”, como era popularmente conhecido no meio caribenho. Nascido em 20 de abril de 1923, esse novaiorquino descendente de latinos, logo se apaixonou pela música caribenha, sobretudo, pelo mambo e pelo chá chá chá. Aos 16 anos, já tocava com o pianista cubano José Curbelo. Vencedor de cinco Grammy Alwards, Puente gravou mais de 100 discos e publicou mais de 400 composições, além de ter mais de 2.000 arranjos em seu crédito, uma verdadeira lenda da música caribenha. Dance Mania, seu disco de 1958, é até hoje o disco de mambo mais vendido de todos os tempos. Outra marca impressionante sua, é o número recorde de apresentações em todo o mundo, foram 10.000  shows em 61 anos de carreira. No dia 31 de maio de 2000, faleceu aos 77 anos em sua terra natal, deixando um legado musical que atravessou gerações e se perpetuará por muitos e muitos séculos.


Ouça Dance Mania























Link apresentação de Tito Puente

Link de Tito Puente como personagem nos Simpsons

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Introdução ao Calypso: Mighty Sparrow

 
 Por Daniel Mendes

Nome artístico de Francisco Slinger, Mighty Sparrow é o grande cantor e compositor de Calypso de todos os tempos. Nasceu em Granada, no ano de 1935, mas radicou-se em Trinidad, onde iniciou uma carreira meteórica logo aos vinte anos de idade. Em Trinidad, Mighty Sparrow se consagrou ao conquistar o título de monarca do carnaval deste país por oito vezes. Entre os anos de 1985 e 1988, foi coroado o "rei dos reis" em competições envolvendo cantores e compositores de calypso de todo o Caribe, conquistando o trono definitivo de rei desse pulsante ritmo caribenho.






Ouça: "The Mighty Sparrow Explode's Into Calypso Time: The Best Of"

Disco acachapante por seu ritmo forte e dançante, daqueles discos que nos pega desprevinidos por não estarmos esperando o que vai sair dele... Absolutamente inovador, para aqueles famintos por novidades, loucos para escapar da prisão sonora anglo-saxonica, este é o disco. Portanto, um disco a ser ouvido. Dica: as faixas "Carnival Woman", "Sparrow Dead" e "Congo Man" são faixas essenciais do disco.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Buena Vista Social Club na Bahia



Por Daniel Mendes


No dia 6 de setembro o grupo cubano Buena Vista Social Club se apresenta na Sala Principal do Teatro Castro Alves.

Nós amantes da música latina já estamos na espectativa. Como aperitivo, até que os bons cubanos cheguem a boa terra, vai um link da gravação da música Chan Chan, para o filme homônimo de 1997 do diretor alemão Wim Wenders.



Fica a nossa saudosa homenagem ao grande Ibrahim Ferrer que abrilhantou esse grupo com o seu talento e a sua música maravilhosa. Ferrer faleceu na tarde de um sábado, 06 de agosto de 2005 em Havana, oito anos depois do grande disco Buena Vista Social Club. Seria magnifico para todos os fãs baianos do grupo vê-lo no palco do TCA, mas no fundo sabemos que ele com certeza estará lá conosco.
Então Viva Ibrahim! e vida longa ao Buena Vista!



Celia, la rainha de la salsa!


Por Daniel Mendes

Saiu de seu país, Cuba, em 1959, nunca mais retornando em virtude do regime de Fidel Castro, que acabara de fazer a revolução cubana e assumindo o poder. Foi para o México, onde gravou com outros artistas como Tito Puentes. Do México mudou-se para Nova Iorque, onde passou a maior parte de sua vida e morou até o fim dela. Foi uma das maiores intérpretes cubanas do século XX, tendo recebido vinte discos de ouro e o título de "Rainha da Salsa". Participou da novela mexicana, "El alma não tiene color" (1997), exibida no Brasil em 2001 pelo SBT com o título "A alma não tem cor". 

Célia foi casada durante 41 anos, com o também cantor cubano Pedro Knight. Em 16 de Julho de 2003, morreu  em sua casa (Fort Lee, Nova Jersey) devido a um tumor cerebral. Célia entrou em coma dois dias antes e sofria com um câncer. Seu corpo embalsamado, foi levado para Miami e Nova Iorque, de tal maneira que todos puderam render homenagens.   

A América Latina se rendeu aos seus pés e a comunidade artística mundial reconhecia um de seus mais altos expoentes. Seu sepultamento em Nova York reuniu mais de 150 mil pessoas, um dos maiores que essa cidade recorda, superando inclusive ao de Judy Garland, famosa atriz, enterrada em 1969. Em Fevereiro de 2004 , seu último álbum, publicado postumamente, recebeu o Prêmios los nuestros como melhor álbum de salsa do ano.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Luis Kalaff - O Compositor de mais de mil composições

Luis Kalaff

Por Daniel Mendes

Luis Kalaff, compositor e violonista, nasceu em Pimentel, província de Duarte, República Dominicana, no dia 10 de novembro de 1916. É o compositor dominicano mais produtivo de todos os tempos, com mais de mil composições.

Primeiro foi carpinteiro em sua terra natal. Depois trabalhou como peão na construção do Hotel Jaraguá, ganhando 60 centavos diários por uma jornada de 12 horas. Atualmente vive metade do ano em seu país e a outra metade em Nova York aos seus 89 anos.

Seus boleros mais conhecidos são Amor sin esperanzas, Mi gloria, Acuérdate de mí, Olvídate de mi, Cuando vuelvas conmigo, Demasiado corazón, Aunque me cueste la vida, Corazón de Acero, El que robó tu amor, Porque no tengo dinero.

Ouça "Señor Policia" clássico de Luis Kalaff