Por Daniel Mendes
Se o mundo hoje se acaba nos calientes passos e rebolados da delirante salsa, deve-se a William Anthony Colón. Nova-iorquino de origem porto-riquenha, nascido nos anos 50, Willie Colón, nome que adotou para sua carreira, começou muito cedo na música ainda no perigoso bairro onde cresceu o Bronx. Em 1967, aos 17 anos, entrou para o selo Fania no qual, em pouco tempo já era um de seus principais representantes.
Trombonista, cantor, autor, excelente arranjador, diretor e produtor, tendo experimentado também a trompeta e a clarineta, Colón passou a se dedicar somente ao trombone após ter descoberto e se apaixonado pela música de Mon Rivera. Muito antes dos Punks e dos rappers, ele já apresentava um comportamento provocante e falava do lado obscuro da América, desenvolvendo uma música áspera e agressiva, a base de letras fortes sobre as precárias condições de vida do gueto onde viveu. A potência de sua música direta se intensificou após sua parceria proveitosa com o músico Hector Lavoé com quem gravou 14 discos até 1974. No ano seguinte, realizou um dos seus maiores sonhos que foi gravar com o seu ídolo Mon Rivera, que foi com certeza a maior referência para o seu som.
Outro grande parceiro em sua carreira foi o músico panamenho Ruben Bládes, parceria que gerou muitas obras essenciais que ajudaram a consolidar o gênero salsa. Sempre com os mesmos temas políticos e sociais, Colón era senhor da sua própria música e estilo, que ele mesmo batizou como salsa consciente, bastante influente no meio caribenho nos anos 60 e 70, mas que se dissolveu na década seguinte, devido a produção Hollywodiana que passou a orientar sua carreira, tornando a sua obra frágil em comparação as criações anteriores, apesar dos inegáveis êxitos de vendas alcançados. Mesmo assim, não da para falar de salsa sem falar de Willie Colón, e da marca que registrou definitivamente nesse gênero e em toda a música caribenha.
Dica: Ouça o grande disco Siembra, de 1978, principal fruto da parceira de Willie Colón com Ruben Bládes. (abaixo capa do disco e fotos de Bládes e Colón).